Periquito que sofreu com derrubada de árvores da avenida é devolvido à natureza

Voa liberdade
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Foi solto na natureza um Periquito Rei que foi encontrado em setembro no chão da Avenida Soares Lopes, próximo de onde as amendoeiras foram derrubadas. Ele estava doente e com a asinha direita quebrada, foi resgatado, recebeu atendimento veterinário e foi muito bem cuidado pela tutora Flávia Moura Costa, membro do Coletivo Preserva Ilhéus. O Periquito era manso e se recuperou quase totalmente. Está bem forte, batendo ambas as asas, apesar da direita estar um pouquinho baixa, o que não o impediu de voar.

Há quase um mês, no dia 17 de Novembro, a juíza Carine Nassri da Silva, substituta da Primeira Vara de Fazenda Pública de Ilhéus, concedeu liminar para que o Município de Ilhéus, a Secretaria de Meio Ambiente e Urbanismo, a Mazza Engenharia LTDA CESSASSEM TODAS AS PODAS, SUPRESSÕES OU RETIRADAS DE ÁRVORES OU VEGETAÇÃO em obras de duplicação de BA-001, bem como em obras de acesso viário Ponte Jorge Amado, tudo sob pena de multa diária às autoridades citadas, o prefeito Municipal, Mário Alexandre Correia de Sousa, Mozart Aragão Leite e Hermano Fahning Ferreira Magno.

A decisão judicial atendeu a Ação Civil Pública de Improbidade Administrativa por dano ambiental impetrada no dia 08/09/2020 por duas organizações integrantes do Coletivo Preserva Ilhéus, o Instituto Nossa Ilhéus e o Instituto Floresta Viva, para que se suspendesse em caráter de urgência todo e qualquer corte e/ou poda de árvores na Avenida e em todo o perímetro urbano da cidade de Ilhéus.

Foi em 7 de Julho de 2020, na Avenida Soares Lopes, que houve a abrupta supressão de amendoeiras pelo poder público municipal, causando consequências a avifauna, em especial às maritacas. As imagens das aves em alvoroço por terem perdido seu local de pouso e descanso viralizaram nas redes sociais e o caso foi tema de várias reportagens da imprensa local e nacional. Algumas maritacas morreram, provavelmente devido ao stress da derrubada das árvores.

O prejuízo ambiental provocou indignação nos ilheenses e desse sentimento surgiu espontaneamente o Coletivo Preserva Ilhéus, formado por indivíduos e organizações não governamentais de defesa do meio ambiente e do patrimônio da cidade.